quinta-feira, 22 de abril de 2010

Criatividade para os criativos


É inerente a nossa profissão vermos o pessoal de criação (e porque não produção, atendimento, mídia...) reclamarem dos horários extras. Mas vejo também muita gente dizendo que as ideias surgem mais facilmente quando não tem reunião, quando não tem telefone, quando não tem campanhia e musiquinhas.
Somos tão criativos com as peças, planejamentos, mas não somos tão assim como a nossa própria rotina.
É certo que uma agência de comunicação é uma empresa como qualquer outra. Existem horários, limites e contratos empregaticios. Mas, será que é mais cômodo reclamar do que sugerir uma maneira diferenciada de trabalho?
Por exemplo, fazer um planejamento à noite. Pra mim não é nada mau. "Ah, mais amanhã tenho que está de volta a empresa às 8h!" quem sabe? Converse com seu chefe. Se você mostrar produtividade e trouxer resultados, garanto que ele não vai se importar em liberar a manhã para você dormir. E ainda mais, você vai acordar e não vai pegar o engarrafamento de todo dia para chegar no trabalho.
Tente, sugira, inove. Podemos ser criativos e diferentes, até dentro de casa.

Mais uma roubadinha! Três pecados capitais

Os três maiores pecados em Planejamento: a generalização, a passividade e a síndrome da experiência própria.

Vamos lá, em mais uma rotina rotineira tentando dissiminar e se inteirar mais sobre a publicidade, cheguei no planejamento criativo. Lá, Robi Carusi, expressa a importância de um briefing bem elaborado. Eu, como atendimento, mídia, produção ou até mesmo cafezinho, concordo em genêro, número e grau.

A coisa mais comum do mundo é a gente ler, na descrição de público-alvo de um briefing, algo como "jovens antenados, formadores de opinião...", não é verdade? E a gente faz o quê? Segue lendo. E considera, como target, jovens em geral, que acessam a internet, provavelmente das classes A e B, que têm mais acesso à cultura e... caramba, desde quando Planejamento é feito na base do achismo? Do "ah, deve ser isso"? Essa generalização é normalmente atribuída ao Atendimento, porque eles deixam para a posteridade, qualquer besteira que falarem. Mas, antes de bater no cara, vê se você não faz isso também. Como você descreve um consumidor?

Se a descrição é genérica, vale o mesmo que nada. E se você fala "nossa, olha essa descrição de público-alvo que o Atendimento fez, ahahahah, que anta" e segue lendo, você está sendo passivo e não está contribuindo em nada com o seu próprio Planejamento.

Vá buscar a informação.

E a informação - isso é muito importante - não está na sua própria experiência, por mais que você esteja encaixado no target descrito, por mais que você seja consumidor daquele produto. Desde quando as pessoas fazem tudo como você faz? Sua experiência pessoal não vale nada aqui. Sorry. A não ser quando vier escrito: "O único consumidor desse produto é você, Fulano de Tal".

Então não me venha, nunca mais, em nenhuma reunião, com "pela minha experiência...", "minha mãe usa esse produto" ou "tem um amigo meu que acha..." para tentar definir o significado de um produto. Quem define o significado de um produto não é você e nem a empresa: é o consumidor. Não um. O grupo todo.

Sim, pra isso precisamos de tempo e nunca temos prazo. Argumente e negocie, porque você precisa ter embasamento, ou seu Planejamento não vai passar de descrições de mecânicas e afins. Cruel, mas verdadeiro.

Vou usar um exemplo que me foi dado em um curso que fiz na ESPM* em dezembro passado:

Imagina que te passam um briefing de ações de lançamento de uma nova academia, voltada para a terceira idade. E, lá, vem a descrição do público-alvo:

"Pessoas da terceira idade, que têm espírito jovem e querem uma academia onde se sintam bem, onde sejam bem tratados, por um preço justo".

Diante disso, o que nós, normalmente, fazemos? Seguimos lendo. Mas como podemos seguir lendo, se esse item não está nem perto de estar esclarecido? Está generalizado, você seguir lendo significa que você está sendo passivo e pelamor, não me diga que a sua avó frequenta uma academia e outro dia comentou...

Vamos lá:

"Pessoas da terceira idade"

O que é terceira idade?
É preciso definir quem são essas pessoas. Então descubra e coloque lá "Homens e mulheres de 50 anos ou mais de idade", por exemplo.
O que isso quer dizer? Que, biologicamente, a academia vai se deparar com alguns problemas que demandam infra-estrutura. É preciso ter, por exemplo, uma enfermaria mega equipada. Tem uma enfermaria mega equipada na academia? Como ela funciona? Que tipo de coisa ela está preparada para atender? Porque depois você vai precisar saber qual é a melhor forma de valorizar essa informação, certo? Tem isso mais pra frente no briefing?

"que têm espírito jovem"

O que quer dizer "espírito jovem" pra você? Pois é, é subjetivo. O que o Atendimento quis dizer com isso? O que, exatamente, fez com que ele chegasse a essa descrição? Espírito jovem ou é um encosto teen que baixou em alguém na macumba ou é um estilo de vida do consumidor em questão. Vamos então entrar um pouco mais nisso? Tá, então esse consumidor o quê? Se interessa pela prática de exercício físico. Qual é o objetivo dele? Cuidar da forma física? E da estética? Eles procuram condicionamento e/ou saudabilidade, bem como cuidados especiais requeridos devido ao avanço da idade. Aaaah, melhor...

"querem uma academia onde se sintam bem, onde sejam bem tratados"

O que é se sentir bem pra você? Pra mim, pode ser diferente. E nenhuma das duas impressões importa aqui, o que é se sentir bem para essas pessoas que a academia quer conquistar? O que é ser bem tratado? Vamos tentar definir: bom, é o pessoal, os equipamentos e o ambiente adequados para receber pessoas de mais de 50 anos. Um ambiente de identificação (funcionários com paciência, que saibam das necessidades desse público, decoração condizente, música em volume decente etc). Tem isso descrito mais pra frente no briefing? Como tudo isso foi pensado pela academia? Que elementos você terá pra trabalhar na sua solução estratégica?


"por um preço justo"

De novo: o que é um preço justo?
Cara, aqui você precisa ser bem específico: clientes das classes A e B? É isso? E, se for isso, qual é a renda familiar média das classes A e B? Ou então qual é o valor que esse consumidor está disposto a investir na mensalidade da academia?
O que faz do preço justo ou não? Instrutores especializados, enfermaria com plantonista, equipe médica, revisão regular de equipamentos etc e tal

É preciso ter precisão.
Pra poder identificar gaps.
E se sair com um diagnóstico preciso, com uma estratégia à prova de balas.

A síndrome da experiência própria é craque em fazer as pessoas interpretarem bobagens relacionadas a preço. Por exemplo: em uma loja tipo a Daslu Casa, em que um vaso custa, sei lá, dez mil reais, tudo bem o valet custar 15 reais, não é mesmo? Pô, se eu tivesse essa grana toda pra compar um vaso, você acha que eu ia me preocupar com o valet? Ia, cara. Eles se preocupam. Então não, não tá nada bem cobrar 15 reais. Não é porque o cara tem dinheiro que se pode cobrar tudo mais caro dele. Mas é comum acharem que sim. É comum acharem que a Gol é procurada por quem não tem grana (classes mais baixas ou jovens). E as pessoas que investem pouco na passagem (conveniência) e muito na diversão em terra (experiência)? O consumidor sabe como ele administra a carteira dele. Não é igual a como você administra a sua, provavelmente. Nem o Atendimento. Nem o Cliente. Cada um tem sua opinião e nenhuma delas vale nada, percebe?

Então, não generalize, não seja passivo com a generalização alheia e não tome uma experiência pessoal como de todo um grupo.

Vá conhecer quem são os caras, entupa o cliente de perguntas. Até você se sentir confortável.

Ah, mas se tem enfermaria ou não na academia não é problema meu, é do cliente. Se ele não tiver feito uma enfermaria, eu vou fazer o quê? Ué, qual é seu trabalho mesmo? Ele não está te pagando pra aplaudir e, sim, pra fazer o negócio dele dar certo. Não é porque ninguém nunca pensou nisso que você tem que assobiar, olhar pro nada e torcer pra reunião acabar antes do trânsito.

Em resumo: vá pegar o briefing pessoalmente. Sempre. Mesmo que você esteja sem tempo, acredite: ir buscar um briefing ao vivo queima umas 18 etapas do processo.

E fique sempre muito ligado em tudo o que possa te ajudar a ter na cabeça, com mais clareza, como as diferentes pessoas se comportam. Isso ajuda muito na hora de fazer essas definições. Quer um exemplo bacana, que pouca gente se dá conta? O programa da Regina Casé. É uma fonte de comportamento muito bacana o quadro dela. Quando ela falou do tema "Festas", foi em um lugar pop perguntar o que era chique e em um lugar chique fazer a mesma pergunta. É... ok, vou usar uma palavra breguinha, mas é fascinante.

Também a Veja, a Exame etc sempre publicam reportagens sobre nichos e targets específicos. Devore tudo. Misture com observação. Derrube a primeira impressão que você tinha.

Vamos lá gente! Em busca da informação!!!

terça-feira, 6 de abril de 2010

O babado é a raiva criativa!

'Em determinados momentos, quando penso nas decisões que tomei em relação à minha carreira, chego a uma única conclusão: sou uma pessoa realmente sortuda. É claro que parte de nossas escolhas bem-sucedidas ocorrem graças a um processo de conscientização e a uma boa educação de base – duas chaves que me possibilitaram abrir portas desde muito cedo.

Porém, me considero ainda mais privilegiada quando me dou conta dos profissionais que trabalham ao meu redor. Aqueles que, mesmo entre incertezas, dificuldades e imprevistos, sempre têm um sorriso no rosto para oferecer e uma palavra de otimismo para compartilhar.

Podem parecer gestos comuns, mas acreditem: são raros e fazem toda a diferença no ambiente de trabalho. Essas pessoas que, de certa forma, se tornaram minhas mentoras, trouxeram algo ainda mais especial junto a essas ações: ensinaram-me a transformar as angústias em uma raiva criativa.'



Estava de bobeira em algns blogs quando me deparei na Casa do Galo. Comecei a ler Tatiana Kielberman, que escreve todas as quintas no blog, e me identifiquei total com o texto dela (acima).
Mas no final do texto, ela fala sobre raiva criativa. Observe...


'A raiva criativa é um conceito que uma das minhas principais mentoras aprendeu com um teórico, passou adiante e eu incorporei para sempre no meu vocabulário. E não só ela, como muitos outros companheiros de trabalho, me ensinam a canalizar essa raiva e torná-la proveitosa, frutífera, enriquecedora em todos os sentidos.

É um grande desafio, mas quando se está em início de carreira, nada melhor do que ter pessoas admiráveis ao nosso lado para nos ensinarem o labirinto da criação, transformando a raiva na arte de um desenvolvimento impagável.

Assim, é possível ganhar as asas necessárias para voar, ousando sempre reinventar. Portanto, aqui vai um conselho aos jovens: aproveitem o máximo das pessoas ao seu lado para construir uma rede de relacionamentos sólida no trabalho e tirar delas tudo o que poderá, de alguma forma, contribuir para seu o crescimento profissional.'


Agência = Criatividade (nem sempre, mas na teoria é). Agora telefone, música alta, piadinhas fora de hora, calculadora que não funciona, fornecedor insistente, cliente sem prazo, negociação não favorável, internet always stopped, hora do almoço que vira hora do jantar = RAIVA.
Quero aprender a canalizar isso, Tatiana!

Visitem: casadogalo.com

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ele não bateu na cabine. A cabine é que estava fora do lugar. Ela tinha que estar justamente ali?

Um menino de oito anos foi flagrado dirigindo uma minivan na última sexta-feira em Bethel, no estado de Ohio (EUA). Com o veículo dos pais, o garoto dirigiu por quase cem metros, segundo reportagem da emissora de TV "WLWT" e só parou quando bateu em uma cabine telefonica.

Em entrevista para a emissora americana, Jordan Winters contou que seus pais estavam dormindo, quando ele pegou o veículo para ir até um posto de combustível para abastecer.
Ele pegou as chaves na bolsa de sua mãe e tirou a minivan da garagem, sem que seus pais percebessem. Jordan destacou que não passou dos 15 quilômetros por hora no trajeto que fez.
James Crouch, pai do garoto, disse que não sabia o que seu filho tinha feito até os policiais baterem na porta de sua casa. Ainda segundo o mesmo, seu filho só queria colocar combustível no veículo.

E o dinheiro para pagar o combustivel? Ele deve ter pego na bolsa da mãe também, né? Sabidinho esse menino, hein?

Babado Fuxico. Tv Xuxa no ar



A apresentadora dos baixinhos está insatisfeita com o horário em que seu programa está sendo exibido, na Rede Globo!
O "TV Xuxa" volta à grade da Globo no próximo sábado (10/4), mas Xuxa afirma que não está feliz com o horário reservado à sua produção. "Faço um formato para toda a família e entro no ar no sábado de manhã, que normalmente é dedicado às crianças. Para piorar, o programa vai ao ar depois de 'Hanna Montana', que é para o público infanto-juvenil", afirma Xuxa.

Para a loira, o ideal seria colocar o programa no sábado à tarde. Isso resultaria em uma boa audiência.
"Não brigo pelo domingo, mas acho as tardes de sábado ideais porque a família está reunida na frente da televisão", avalia.
O programa começou em 2009 com apenas seis pontos no Ibope e terminou com média 10 de audiência: "Estamos conquistando o público a duras penas. Estamos em um horário chato".

Qual a programação mais adequada para a Globo? Caldeirão do Huck ou Tv Xuxa? Será que a a Ricardo Eletro vai preferir patrocinar algum quadro da loirissíma???

Intervozes - Levante a sua voz!

Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.



Vídeo sobre direito à comunicação produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung retrata a concentração dos meios de comunicação existente no Brasil.

Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman
Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri
Direção de Fotografia e- câmera: Thomas Miguez
Direção de Arte: Anna Luiza Marques
Produção de Locação: Diogo Moyses
Produção de Arte: Bia Barbosa
Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas
Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues
Animações: Pedro Ekman
Voz: José Rubens Chachá

Fonte: www.direitoacomunicacao.org.br

Ilha das Flores



Um vídeo muito bom que retrata a sociedade de consumo. Babado é também é cultura.

domingo, 4 de abril de 2010

Babado Indica: Quincas Berro D'agua



Quincas Berro D’Agua, rei dos bordéis, botecos e gafieiras da Bahia, ex-funcionário público é encontrado morto em sua cama. Inconformados com sua morte, seus melhores amigos “roubam” o corpo e o levam para uma última noite regada a festa e muita bebida. Em meio a mil confusões, Quincas “vive” a sua segunda e definitiva morte, desta vez como sempre sonhou.
Agora, o grande clássico dos livros, escrito por Jorge Amado, ganha sua versão cinematográfica e estreia dia 14 de maio nos cinemas.
Vale a pena assistir :)

Rick Martin saiu do armário.



Colocando uma pitada de acidez, ele assumiu o que todo mundo já sabia. Quando o povo fala é porque foi, é ou será. Porém, admiro a coragem dele de assumir publicamente isso. Afinal de contas, ele poderia ficar dentro do armário e se enganar (ou os outros) a vida inteira.
Será mais fácil para seus filhos lidar com este assunto uma vez que seu pai foi homem o suficiente para se aceitar.

Babado Cultura. A voz do povo é a voz de Deus.


'O povo, uma vez esclarecido, deve agir por contra própria sem influência, ter sua própria opinião.'
Anselme Bellegarrigue

Babado Indica! Sonhos de Luciana.


Luciana é a personagem da novela Viver a Vida, interpretada pela atriz Aline Morais, que ficou tetraplégica após um acidente de carro. A Globo, para dar mais realismo e interativadidade a sua programação, acaba de criar o blog Sonhos de Luciana. O Blog conta as experiências de uma cadeirante e como o amor é importante para a recontrução da auto estima.
Achei a iniciativa muito boa.
Em meio a globalização, a chegada da Tv Digital e todos os pós e contras que essa evolução (e porque não revolução) trará, a emissora nos mostra que com criatividade podemos explorar muito mais.
A interatividade ainda favorece a inclusão sócio-digital. Além de, é claro, gerar receita através da publicidade. Uma mão lava a outra e as duas...
De fato uma inovação. Ficção e realidade. Gostei.
Visitem! www.sonhosdeluciana.com.br

sábado, 3 de abril de 2010

Babado Cultura

Mais silogismos...
Ou a sociedade tem um chefe ou ela tem desordem.
Nossa sociedade está em desordem.
Logo, nós não temos chefes.
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